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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dormindo sozinho



Eu deveria ter percebido que havia alguém
Agora estou sozinho e vou guardar isso para sempre comigo
Agora eu não acredito em nada
Nem em como hoje eu vou sair da sua vista
Oh, eu vou estar dormindo sozinho esta noite

Eu nunca poderia ir a mais ninguém
A dor não aparece, mas quem sabe, o tempo dirá
Agora eu não acredito em nada além da dor [de]
Que eu não posso ver isso dando certo,
Oh, eu vou estar dormindo sozinho esta noite

Para sempre ser triste e solitário
Para sempre nunca mais o mesmo

Oh, eu fecho meus olhos e esperaro por um sinal
Estou apenas esperando em vão?
Oh eu acredito em amor e desastre
Às vezes os dois são a mesma coisa
Estou começando a ver
Que o que sobrou de mim vai ter que se libertar para sobreviver

Eu vou estar dormindo sozinho
Eu vou estar dormindo sozinho
Eu vou estar dormindo sozinho esta noite




terça-feira, 30 de outubro de 2012

TEU SORRISO





Não existo. Ou melhor, existo pouco, muito pouco.

É como se o mundo fosse um gigantesco backstage e a luz do palco o brilho do teu olhar.

Começo a existir no exato momento que me notas. No resto do tempo, sou opaco, cinza, irreal.
 Vivo não mais que a duração de um aceno ou um sorriso teu, depois, apago-me novamente e apenas visto esse sorriso que me deste. 
Uma mera imitação, na vã esperança de que a lembrança deste sorriso teu, dure mais alguns instantes em mim.
Com esse vago reflexo teu, estende-se um pouco mais a minha existência e vivo nesse resquício de luz, num misto de alegria e saudade.

Existo pouco, pois só existo com teu sorriso.









braços abertos / janelas abraços





o que estava escrito em pedra, 
mesma merda lesma lerda dissolveu 
o farelo, as migalhas com o tempo o vento espalha 
isso não me cheira bem 

o tempo vai passando o passado vai pesando 
o futuro ninguém sabe ninguém vê 
vai abrir uma janela de oportunidade 
esteja pronto de verdade pra saltar 

bora...





http://www.blogessinger.blogspot.com.br/

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sepultura - Roots (Full album)

Type O Negative - Love You To Death


Amar Você Até a Morte


Na casa dela cem velas queimando
Uma gota de suor escorre de seu peito
Os seus quadris se movem e eu posso sentir o que eles estão dizendo, mexendo
Eles dizem que a fera dentro de mim vai pegar você, pegar você, pegar...

Seu batom preto mancha sua taça de vinho tinto
Eu sou seu servo, posso acender o seu cigarro?
Seus labios suaves, é eu posso sentir o que eles estão dizendo, suplicando
Eles dizem que a fera dentro de mim vai pegar você, pegar você, pegar...

Eu imploro pra te servir, seu desejo é minha lei
Agora feche os olhos e me deixe amar você até a morte
Eu devo provar que eu quero dizer o que estou dizendo, implorando
Eu digo que a fera dentro de mim vai pegar você, pegar você, pegar..

Me deixe amar você também
Me deixe amar você até a morte
Ei, eu sou bom o suficiente pra você?
Ei, eu sou bom o suficiente pra você?
Eu sou? Eu sou? Ei, eu sou bom o suficiente pra você?







...aqui, o silêncio despudorado dos dedos só querem te servir o incomparável gosto que tenho de ver o amor mais ardente queimando tudo o que penso, faço, digo e que depois escrevo-te nesses gestos que já não cabem mais nas mãos, e é a ti que querem, procuram, buscam...

(Ch)amam...

All I need



Tudo Que Eu Preciso

Eu sou o ato seguinte esperando nos bastidores
Eu sou um animal preso no seu carro quente
Eu sou todos os dias que você escolhe ignorar

Você é tudo que eu preciso
Você é tudo que eu preciso
Eu estou no meio do seu retrato
Deitado na grama

Eu sou uma mariposa que quer apenas um pouco da sua luz
Eu sou apenas um inseto tentando sair da noite
Eu só fico com você porque não há mais ninguém

Você é tudo que eu preciso
Você é tudo que eu preciso
Eu estou no meio do seu retrato
Deitado na grama

Está tudo errado
Está tudo certo
Está tudo certo
Está tudo errado
Está tudo certo
Está tudo certo
Está tudo certo


Levar o sonho lambido de um lado pra outro...


Para Cada Lágrima Que Cai


Encalhado em uma praia escura
As ondas me trazem tristeza
e com esta visão do passado na minha mente
Tudo que eu mais quero é te ver voltar a viver

Eu chamo seu nome
Mas você não me escuta
Eu procuro seus olhos mas eles não me veêm
E quando eu tento alcançar suas mãos
Percebo que não posso mais senti-las

Eu vejo seus olhos
Eu sinto sua dor

No caminho das águas, eu me sinto à deriva.
O vento me traz tristeza
E uma visão do passado na minha mente
Tudo que eu queria era não ter visto você morrer...

Eu chamo seu nome
Você não me escuta
procuro seus olhos mas ele não me veêm
E estou queimando por dentro,
Espero que você esteja aí

Não vê minhas lagrimas?
Eu te vejo chorar!
E eu tentei esquecer
Você estará sempre nos meus pensamentos

Eu olho nos olhos de um homem solitário
Um homem que eu cuidava
um homem que eu conhecia
Pra cada lágrima que cai
A ferida aumenta
Na minha alma que já está sangra...

Se eu estivesse lá
Oh deus, queria ter salvo você

Ainda lembro os momentos que dividimos
Tentei esconder a tristeza que sentia,
Não acredito que fui levado pra bem longe
Como se nunca tivesse existido
Como se não tivesse feito parte da sua vida

Continuo encalhado em uma praia escura
E a mesma onda me traz a tristeza
E eu me sinto à deriva, sim, a deriva
E minha ferida aumenta
Para cada lágrima que cai
Para cada lágrima que cai








Segure Meu Coração


Segure Meu Coração


Há uma chama, uma chama em meu coração.
E não há chuva, que possa apaga-la.
E há uma chama,que está queimando meu coração
E não há chuva, ohh que possa apaga-la.
Então apenas me agarre, me agarre, me agarre.
Tire a dor de dentro da minha alma
E eu estou com medo, assim tão só.
Tire a dor que está queimando em minha alma.
Porque eu estou com medo de ficar sozinho
Então apenas me agarre, me agarre, me agarre.
Agarre-se em meu coração, meu coração, em mim
Agarre-se em meu coração, meu coração, em mim
E não, não me deixe ir por tudo que eu sou
Está em suas mãos, e me agarre.
E eu vou fazer isso durante a noite.
E eu vou ficar bem, agarre-se, agarre-se em meu coração.





Do you remember me


O ídolo



Estarei sozinho esta manhã?
Precisarei de meus amigos?
Alguma coisa, apenas para aliviar a minha dor
Ninguém percebe a solidão por trás de minha face
E que eu sou apenas um prisoneiro da minha fama

Se eu pudesse somente ficar
E olhar dentro do espelho
O que eu poderia ver?
Um herói sucumbido com uma face
Igual a minha
E seu gritasse alto, alguém me ouviria
E se eu rompesse o silêncio, você verá o que a fama
Fez comigo

Beije à distância a dor e deixe-me só
Eu nunca saberei se o amor é uma mentira, ooh
Ser louco no paraíso é fácil
Você vê o prisoneiro em meus olhos?

Onde está o amor pra abrigar-me?
Dê-me amor, amor deixa-me ser livre
Onde está o amor para abrigar-me?
Somente o amor, amor deixa-me ser livre,
Deixa-me ser livre..







Penso em tudo...
E pensar(te) é ver-me tomada por arrebatados sentimentos em possessão absoluta galgando o fundo dos ossos num fôlego só. Um testemunho liberto na pálpebra que não oculta o olhar antigo posto ao longe, fecunda procura recostada onírica no parapeito do sangue intocado por outro ritmo. Esse, o de um tempo que compõe possessivo a biologia do corpo num transbordamento sem língua possível. Desejo de luz que os olhos buscam no espaço delineando uma travessia de quem caminha sempre na mesma singular contemplativa presença ansiada...
...e que acompanha-me até ao fim do mundo...


W.a.s.p-My Tortured Eyes






No silêncio das palavras distraídas em órbitas de fogo e ar, sou apenas excessiva chama no olhar que se consome na cobiça das tuas asas. Nudez que bebo ao som da voz suspirante do mais quente gesto que seja vivificante no sangue que tonaliza os olhos. Sim, para mostrar-te que não há esforço nesse meu intento onde quero-te salivante no calor lascivo do meu olhar(te) febril...

Se chama, ouço queimar.






Hooray for the last of the madness
Hooray for no more misery
Cause I'm in the middle of darkness
Ya see no hope's a dangerous thing

Come on and kill me
I know that's what you want
Kill me, I know that's what you want
Kill me, I know that's all you want
Kill me, I know that's all you, all that you want

One way takes away all the sadness
One way take away all of me
You pushed me to a suicide darkness
Gimme some death mama, my name's misery

Come on and kill me
I know that's what you want
Kill me, I wanna die in your arms forever
Kill me, I know that's what you want
Kill me, so my tortured eyes
Never see you again

There's hate on face, the last that I'll ever see
As I stare into the eyes of my misery
And I'll leave you with the memory of me
My sweetest revenge lies here in your misery

Hooray for the horror of darkness
Horray for the horror is me
I'm inside on the dark ride of madness
Gimme some death daddy, my name's misery

Come on and kill me
I know that's what you want
Kill me, I wanna die in your arms forever
Kill me, I know that's what you want
Kill me, so my tortured eyes
Never see you again
So I never see you again
So I never see you again

Tiamat - Love Is As Good As Soma ᴴᴰ




O Amor É Tão Bom Quanto Soma


O amor é tão bom quanto Soma

Eu quero esmagar todos os ossos em você
Porque eu não tenho nada melhor para fazer
Bem, eu não sou filho de Aquarius
E acho que o mundo é muito pequeno para nós dois

Abrace-me até que você me drogue, querida
Beije-me até que eu esteja em coma
Abrace-me, querida, coelhinho macio
Amor é tão bom quanto Soma

E todos os seus amigo, e todas as suas irmãs também
Deixe o mundo rodar como amantes fazem
Deixe os anjos voarem livres hoje a noite
Pelo beijo do diabo, e pela mortal mordida da serpente


Amor é tão bom quanto Soma... (Nota: Soma era um Deus pagão que pedia sacrifícios. Os sacerdotes ofereciam uma droga de mesmo nome soma à pessoa que seria sacrificada, o que fazia com que ela alucinasse até a hora de sua morte.)











És tu a palavra que abre-me o corpo e morde a pele onde o sangue corre em arrepios como testemunha do quanto bebo-te em sorvos intermináveis. O que liberto é mais que um olhar inchado de desejos para fora do corpo, é um avançar ousado no explícito passo do coração tonalizando a retina. Encontro fecundo do que guardo e ofereço na vontade perfeita de amar(te) absoluta numa harmoniosa imersão no fascínio para além do que escrevo (te): 

Fica comigo? Sempre?

Flying so high as a kite / Fly so high like a plane


Por que não posso ser como você?
Voando tão alto, como uma pipa
Nunca sabendo os motivos
Quando você é jovem
Ninguém nunca te diz nada
Eles só esperam que você não cometa os mesmos erros
e se torne como eles


Oh, eu esperaria mil anos
Eu passaria por mil estrelas
Eu esperaria até um eclipse solar
Oh, eu te daria o beijo da vida
Se você pudesse ficar
Oh, venha viver comigo e me ame.
E eu certamente ficarei.
eu ficarei.


Oh, por que não posso ser como você?
Sempre tão errada, mas tão certa.
Nunca sabendo os motivos.
Pois quando você é jovem, ninguém nunca lhe diz nada.
Eu só espero que você não cometa os mesmos errors e se torne como eles.



E eu esperaria mil anos.
Eu passaria por mil estrelas.
Eu esperaria até um eclipse solar.
Entçao, eu te daria o beijo da vida
Se você pudesse ficar.
Venha deitar comigo e me amar
E eu certamente ficarei.

Em que você está pensando?
O que você deseja?
Por que se preocupa?

Oh, eu esperarei mil anos
Para dividir meu mundo com você
Eu esperarei até que o sol beije os céus
Oh, eu daria o beijo da vida.
Se você pudesse ficar.
Oh, venha deitar comigo e me amar
Ah, diga-me que você ficará, e eu ficarei
diga-me que você ficará, diga-me que você ficará

Em que você está pensando?

O que você deseja?

Por que se preocupa?

O que você está esperando?


Eu te daria as estrelas
Até que a lua estivesse só
Eu te seguirei onde você for
Meu beijo para seus sonhos.
Oh eu daria o beijo da vida
se você pudesse ficar.
venha deitar comigo e me amar
e eu certamente ficarei, eu ficarei.









Seguindo o meu olhar até aos lábios, há sempre um espaço subterrâneo, uma fala que passeia pela sombra da boca fechada.
Baixo os olhos sobre essas alquimias insidiosas em meia luz, e visualizo o sopro que, na minha língua, tem nome.
Procuro então dar voz para o que não encontro palavra
Para tanto verbo em água livre, que não é nem de rio, nem de mar, nem de lago, nem de nevoeiro
Água repleta de vento no momento do fogo,
Clima vulcânico no centro demente da terra.
(Levanta-se uma brisa, unindo o vento ao espírito).
Fios de água escorrem por entre o fogo, em ondas ardentes de substância pura.
Nelas está compreendido a quem eu cerro as pálpebras;
Erguendo meus olhos ao longe...

Com uma flecha atravessada em meu flanco

♫ Pink Floyd - High Hopes


Grandes Esperanças

Além do horizonte do lugar em que vivíamos quando jovens
Em um mundo de imãs e milagres
Nossos pensamentos vagavam constantemente sem limites
O soar do sino da divisão começou

Ao longo da Grande Estrada e de sua calçada
Será que ainda elas se encontram na encruzilhada?

Havia uma banda que tocava fora do tempo seguindo nossos passos
Correndo antes dos tempos, levaram embora nossos sonos
Deixando incontáveis pequenas criaturas tentando nos prender ao chão
De uma vida consumida por uma lenta decadência

A grama era mais verde
As luzes eram mais brilhantes
Com amigos por perto
As noites de surpresas

Olhando além das brasas de pontes resplandecendo atrás de nós
Um relance do quão verde era do outro lado
Passos rumo ao progresso são tomados, mas em seguida regredimos de novo
Puxados por uma força interior
Às alturas, com a bandeira desfraldada
Alcançamos às rarefeitas alturas daquele mundo tão sonhado

Sobrecarregados para sempre por desejo e ambição
Ainda há um desejo insaciado
Nossos olhos cansados ainda se perdem pelo horizonte
Apesar de que, por esta estrada, termos por várias vezes passado

A grama era mais verde
As luzes eram mais brilhantes
O sabor era mais doce
As noites eram maravilhosas
Com amigos por perto
A brilhante névoa do amanhecer
A água correndo
O rio sem fim

Para sempre e sempre.




sábado, 27 de outubro de 2012

Ode descontínua e remota: Canções De Ariana para Dionísio










Canção I 
A cada noite, eu Ariana, preparando
Aroma e corpo. E o verso a cada noite
Se fazendo de tua sábia ausência.



Canção II 
Porque tu sabes que é de poesia 
A minha vida secreta. Tu sabes, Dionísio, 
Que a teu lado te amando, 
Antes de ser mulher sou inteira poeta.



Canção III
À uma mulher que canta ensolarada
E que sonora, múltipla, argonauta
Por que recusas amor e permanência?



Canção IV 
Reverso de sua própria placidez 
Escudo e crueldade a cada gesto



Canção V
Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio
Se me amas, podes dizer que não. Pouco me importa
ser nada à tua volta, sombra, coisa esgarçada
A mim me importa, Dionísio, o que dizes deitado, ao meu ouvido
E o que tu dizes nem pode ser cantado
Porque é palavra de luta e despudor.
E no meu verso se faria injúria
E no meu quarto se faz verbo de amor




Canção VI 
Três luas, Dionísio, não te vejo 
Três luas percorro a casa minha 
Sírios pressagam que Ariana pode estar sozinha sem Dionísio
Sem riqueza ou fama 
porque há dentro dela um sol maior
Amor que se alimenta de uma chama 
Movediça e lunada 
Mais luzente e alta quando tu Dionísio não estás




Canção VII
Minha extensa e difícil dialética lírica?
Canção e liberdade não se aprendem
A eloqüência da boca nos prazeres
E plantar no teu peito, prodigiosa
Um ciúme venenoso e derradeiro.



Canção VIII 
Tu podes muito bem, Dionísio, 
Ter mais cinco mulheres 
E desprezar Ariana 
Que é centelha e âncora 
Nem é justo, Dionísio, pedires ao poeta 
Que seja sempre terra o que é celeste 
E que terrestre não seja o que é só terra.




Canção IX
Tenho meditado e sofrido
Irmanada com esse corpo
E seu aquático jazigo
Apenas tu, dionísio, é que recusas
Ariana suspensa nas tuas águas.




Canção X
Se todas as tuas noites fossem minhas
Eu te daria, Dionísio, a cada dia
Uma pequena caixa de palavras
Coisa que me foi dada, sigilosa





Hilda Hilst - De Ariana para Dionísio


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

"Te amo ainda que isso te fulmine ou que um soco na minha cara me faça menos osso e mais verdade"


ODE DESCONTÍNUA E REMOTA PARA FLAUTA E OBOÉ.

DE ARIANA PARA DIONÍSIO.

Hilda Hilst

I

É bom que seja assim, Dionisio, que não venhas.
Voz e vento apenas
Das coisas do lá fora

E sozinha supor
Que se estivesses dentro

Essa voz importante e esse vento
Das ramagens de fora

Eu jamais ouviria. Atento
Meu ouvido escutaria
O sumo do teu canto. Que não venhas, Dionísio.
Porque é melhor sonhar tua rudeza
E sorver reconquista a cada noite
Pensando: amanhã sim, virá.
E o tempo de amanhã será riqueza:
A cada noite, eu Ariana, preparando
Aroma e corpo. E o verso a cada noite
Se fazendo de tua sábia ausência.

II

Porque tu sabes que é de poesia
Minha vida secreta. Tu sabes, Dionísio,
Que a teu lado te amando,
Antes de ser mulher sou inteira poeta.
E que o teu corpo existe porque o meu
Sempre existiu cantando. Meu corpo, Dionísio,
É que move o grande corpo teu

Ainda que tu me vejas extrema e suplicante
Quando amanhece e me dizes adeus.

III

A minha Casa é gurdiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavra
Paixão e veemência

E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.

A minha Casa, Dionísio, te lamenta
E manda que eu te pergunte assim de frente:
À uma mulher que canta ensolarada
E que é sonora, múltipla, argonauta
Por que recusas amor e permanência?

IV

Porque te amo
Deverias ao menos te deter
Um instante
Como as pessoas fazem
Quando vêem a petúnia
Ou a chuva de granizo.
Porque te amo
Deveria a teus olhos parecer
Uma outra Ariana
Não essa que te louva
A cada verso
Mas outra
Reverso de sua própria placidez
Escudo e crueldade a cada gesto.
 Porque te amo, Dionísio,
é que me faço assim tão simultânea
Madura, adolescente

E por isso talvez
Te aborreças de mim.

(...)


 V

Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio
Se me amas, podes dizer que não. Pouco me importa
ser nada à tua volta, sombra, coisa esgarçada
No entendimento de tua mãe e irmã. A mim me importa, Dionísio, o que dizes deitado, ao meu ouvido
E o que tu dizes nem pode ser cantado
Porque é palavra de luta e despudor.
E no meu verso se faria injúria

E no meu quarto se faz verbo de amor


VI

Três luas Dionísio

Não te vejo
Três luas percorro a casa minha
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo ao te ver
Digo a minha estrela, essa que é inteira prata 10 mil sóis

Três luas, Dionísio, não te vejo
Três luas percorro a casa minha
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo ao te ver
Digo a minha estrela, essa que é inteira prata 10 mil sóis

Sírios pressagam que Ariana pode estar sozinha sem Dionísio Sem riqueza ou fama porque há dentro dela um som maior
Amor que se alimenta de uma chama
Movediça e lunada
Mais luzente alta quando tú dionísio não estás

Três luas, Dionísio, não te vejo
Três luas percorro a casa minha
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo ao te ver
Digo a minha estrela, essa que é inteira prata 10 mil sóis

Três luas, Dionísio, não te vejo


VII

É licito me dizeres, que Manan, tua mulher
Virá à minha Casa, para aprender comigo
Minha extensa e difícil dialética lírica?
Canção e liberdade não se aprendem

Mas posso, encantada, se quiseres

Deitar-me com o amigo que escolheres
E ensinar à mulher e a ti, Dionísio,

A eloqüência da boca nos prazeres
E plantar no teu peito, prodigiosa
Um ciúme venenoso e derradeiro.


VIII


Se Clódia desprezou Catulo
E teve Rufus, Quintius, Gelius,
Inacius e Ravidus
Tu podes muito bem, Dionísio,
Ter mais cinco mulheres
E desprezar Ariana
Que é centelha e âncora
E refrescar tuas noites
Com teus amores breves.
Ariana e Catulo, luxuriantes
Pretendem eternidade, e a coisa breve
A alma dos poetas não inflama.
Nem é justo, Dionísio, pedires ao poeta
Que seja sempre terra o que é celeste
E que terrestre não seja o que é só terra.


IX


Tenho meditado e sofrido
Irmanada com esse corpo
E seu aquático jazigo

Pensando

Que se a mim não me deram
Esplêndida beleza
Deram-me a garganta
Esplandecida: palavra de ouro
A canção imantada
O sumarento gozo de cantar
Iluminada, ungida.

E te assustas do meu canto.
Tendo-me a mim
Preexistida e exata

Apenas tu, dionísio, é que recusas
Ariana suspensa nas suas águas.


X

Se todas as tuas noites fossem minhas
Eu te daria, Dionísio, a cada dia
Uma pequena caixa de palavras
Coisa que me foi dada, sigilosa

E com a dádiva nas mãos tu poderias
Compor incendiado a tua canção
E fazer de mim mesma, melodia.

Se todos os teus dias fossem meus
Eu te daria, Dionísio, a cada noite
O meu tempo lunar, transfigurado e rubro
E agudo se faria o gozo teu.








[Júbilo memória noviciado da paixão (1974)]

[in Poesia: 1959-1979/ Hilda hilst. - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

In The White


Talvez tu não saibas...

Mas sou sempre a que permanece. A que aguarda no silêncio demorado de um único gesto vindo de fora, a absolvição de uma espera que disse-te feitiço do tempo, esse velho impostor. E nunca adormeço, há um ruído ensurdecedor de uma lucidez vigilante no espelho, que rebenta a arquitetura em mil cacos. Deixando o núcleo a descoberto no flagra do espelho que assombrosamente continua intacto. Para refletir obstinado e demoníaco uma história demasiado conhecida, deja vu, nessas mãos trêmulas folheando um livro branco que gesto nenhum ousa preencher...
Sim, sou um fantasma
Que estrebucha e sangra encerrado na fome insaciável das tuas veias.








No branco

Você está em si ou está fora
As palavras são pedras na minha boca
Quieto pequeno bebê, não chore
A verdade cai
Aparece em meu olho

Passando a temporada no interior
Novos pregos em toda a minha pele
Mas quem sou eu para implicar
Que eu fui encontrado
Aquele que te encontrou no branco

Para vencer isso
Eu fico com uma
pacata tarde fria de novembro
Se você não vê
Vou permanecer invisível
Até lá na hora de ser lembrado

Então, eu tinha uma luz verde
Eu estava perdido na cidade das luzes
Não longe de uma tentativa
Este não é o nosso último adeus

Então eu achei que você
Encontraria uma maneira através de todos
A calma do interior, fria escuridão
E agora que você está aqui
Ele se torna tão claro
Tenho esperado por você sempre

Your are my dream


Dividido

O casamento se foi pela minha cabeça
as cornetas cerimoniais estão mortas
rearranjadas por um barulho plácido
tão alto que eu não consigo escutar a minha própria voz
e da vontade desses sinais, que me guiem para longe deste lugar.
Bem, apenas me leve para algum lugar
para onde os anjos estão cantando
através da harmonia e da dissonância.

Para o que é isso é digno? A verdade pode machucar você.
Existe um pouco que você pode fazer.
Quando as sombras caírem eu te trairei
e então o que você vai fazer?

Para o que isso é digno? A verdade pode machucar você.
E com uma lágrima de orvalho matinal
meus templos nascem de novo.

Guia-me para dentro
Guia-me para dentro
Guia-me para fora desse frio
deixe-me entrar
sinta-me dentro de ti
quando a semente for semeada
nosso amor morrerá pela alvorada.

E quando o dia começa
e o sol dispara contra a minha pele
e eu estou dividido
eu estou dividido
pelo amor

Eu tenho que dizer
que todo esse tempo
eu esperei por alguém como você.
Você é meu sonho
Você é meu sonho
Você é meu sonho





Prostrada estou sim, ao teu ouvido, nesse vocábulo fervendo na língua incapaz de recuar no gelo que o sopro dos Teus dedos me dedicam...



.

Love is...Suicide...


Only when real, the Love is stronger than death

You left me dying...
My heart burning in flames, for you
For all eternity

I can't live without my life.

I can't live without my soul.





O holocausto da carne, na pretensão burra de parar de sentir, deixa a alma solitária vagando pelo mundo à uivar como um cão...
O Amor é a presença mais complexa nos sentidos doentes desta aprendiz de homicida, fazendo do meu suposto frio assassinato premeditado, nada mais nada menos, que um profano suicídio...
Love is Suicide 
Ao matar-te 
Mato-me.


''Me desfaço do que pesa no peito. Me esqueço do que arranha a alma. Me despeço do que não é inteiro, deixo de lado o que aborrece e o que não me merece, não me faz falta. Sou essa colcha de retalhos, feita de pequenos pedaços do que realmente importa.''

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pensaba que amarte fue el remedio del dolor...





"Amparai-me com perfumes, confortai-me com maçãs
porque estou ferida de amor..."
Cântico dos Cânticos de Salomão

Só traga as tuas mãos, e deixe que elas deslizem em cuidados pelo meu corpo, devagar. Dói muito esse silêncio, essa maldita solidão cravada feito unhas por sobre a pele sensível de todos os afetos. É de mim que vem o grito, os gemidos, a febre, a confusão, o sangue, da tristeza que me agride quando tu não estás. Vêm e ampara-me dessa hora dolorosa numa sala de facas que é o tempo sem nós . 
Morro porque estou ferida de amor


Yo bebo y bebo y bebo para olvidarte
yo duermo y duermo y duermo para no pensar
maldito mundo
vivir para pagar por el pecado de amarte
maldita tu
sueltame

Te digo que vida no tengo
y es por tu culpa
las noches igual que los días
de soledad
oh Dio mio
Ayúdame para matar este amor
que está en mi corazón
Bendito Dio sálvame

Solo caminando en el camino de este mundo
y no tengo más fuerza para luchar
pensaba que amarte fue el remedio del dolor
pero el dolor se hizo grande más y más
te dejo para siempre vida mia no te olvides
que soy hombre que existe para ti
y el cante de mi vida te regalo para siempre
hasta que llegue el día del morir

A minha alegria nasce da mais profunda penumbra, porque sou assim, apenas esse ser que se faz seiva encerrada na árvore.










E a seiva é branca nas veias escuras das árvores sorrindo flores para o sol a fertilizar a noite em abraços fecundos.

Mesmo que longe dos olhos, do palco de uma superfície quieta a abrigar movimentos vulcânicos. Solo contaminado de vida fértil, a sonhar mais do que um sonho subindo rubro por sobre os caules sangrando folhas na cúmplice ventura de mãos mais verdes. A água é lâmina abrindo sementes num desespero frágil a invocar espinhos, onde abrem-se bocas vermelhas de rosas sangue. Com o corpo em pétalas na ternura das magnólias ao chacolhar dos ventos, dilacera à terra os dedos...


Em sentidos que só a noite pode ver.





Yes interesting idea...I don't know any off hand but I'll get back to ya...

Por onde queres entrar: boca, ouvidos, olhos ?





Então entre e fique bem próximo, dentro, muito além das margens...

Inicie sua turnê pelo interior do meu corpo e descubra muito mais que um estômago, um fígado e dois rins. Habita em mim uma cidade, um povaréu, outro planeta. Experimente meu sangue, dê cá sua língua, lamba, sinta do que é feita a minha umidade, e com muito tato desdobre meus pensamentos, que é aquela coisa enroscada ali no meio do cérebro, desmonte, sacuda. Não tenha medo. São várias idéias robustas que brigam entre si mas se gostam, moram na mesma casa. Onde faz barulho é onde fica o coração, musculoso e aflito. Tem um som, reverbera, ora forte ora rançoso, chegue perto e venha cá espiar com meus olhos. Veja o que eu vejo, de que jeito enxergo o mundo de dentro pra fora. A alma. 

Aproxime-se e toque, tirando o resto a alma é tudo o que sobra.

Martha Medeiros

Eu tenho andado em uma fina linha branca Entre amor e ódio









O sonho é a pior das cocaínas, porque é a mais natural de todas. Assim se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não decora, não abate mas a alma que ele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma.
Fernando Pessoa - Livro do Desassossego



Come back to me
Evocar o ser amado, é somente para aqueles que suspiram opor-se à desordem do mundo...
I'll be waiting here patiently

We Were Never Young



Nós Nunca Fomos Jovens
Nunca fomos jovens
De todas as salas,corações falavam através de paredes finas demais para segurar
O peso do que ouviram
Assim incêndios moviam-se lentamente através de longos espaços deixando tudo difuso e desfocado

Notas empurradas por debaixo das portas
Congelados até o chão nós acreditávamos em tudo
Folhas sopradas por baixo das abas de telhados Sussurrando como um ninho de estorninhos machucados
.

Éramos jovens
Não atentamos para aquelas coisas
Se as aves estavam cantando estávamos apaixonados

Éramos jovens
Como o universo
Como nossas mães foram
Como estas palavras











Sabes, Eu sou Tu.


I whisper of the tombs.




O destino nunca muda, e a areia permanece quente sob os pés fixos no vazio dos caminhos intocados.
A voz solitária no deserto segura o teu nome na boca, sem hieroglifos à interromper essa expulsão sagrada feita do verbo chamar(te)...
Sabes, Eu sou Tu.
O que chamo é invisível aos olhos, mas tão nítido ao coração. E da travessia nas dunas desenhando minha própria silhueta, fica-se o cheiro voluptuoso do sonhar tuas pegadas. Tua ansiada presença é sede a crescer-me nos lábios tão apenas mudos diante da prece das palavras escoradas no silêncio da ternura.
Sabes, Tu sou Eu.
...os olhos recuaram para o interior dos sarcófagos a guardarem faraônicos desejos, presença repousada no silêncio da linguagem embalsamada com aroma de alfazema. São gavetas do tempo repletas de papiros entoando a preço de morte o manifestar da luz do dia, o conceder da vida no sacrifício da semente...
Sabes, por que não somos nós?



Egito
Siga o nilo
Fundo a mais fundo.
O som das pirâmides é solitário hoje à noite.

As areias ficam vermelhas rapidamente
Nas terras dos faraós
Sua simetria entra bem dentro de mim.

Eu não posso parar para confortá-los.
Estou ocupado caçando meu demônio.
Eu não posso parar para confortá-los.
Estou ocupado caçando meu demônio.
Oh, eu estou apaixonada.
Pelo egito.

Minha gatinha rainha
Sabe de todos meus segredos.
Eu nunca me apaixonarei de novo.
Eu me amontôo com as dunas.
Eu sussurro dos túmulos.
Oferecem-me prazeres egípcios.

Ela me tem com aquele guizo de gato.
Tem-me naqueles olhos do deserto.
Ela me tem com aquele guizo de gato.
Tem-me naqueles olhos do deserto.
Oh estou apaixonada
Pelo egito.



Brindo




Brindo a este amor, um amor tão raro
Brindo a este amor, um amor tão claro
Brindo a este amor, um amor de repente
Brindo a este amor, um amor tão diferente

Como uma (?) no mar
Um elemento novo para brincar

Brindo a este amor que me enche de esperança
E brindo a essa luz lá à distância
Venha beija-flor despertar a deusa, ok
Que canta para mim sua canção preciosa

Brindo a tudo o que quero te dar
A tudo que está a ponto de começar

Brindo a este amor que nunca se demora
Somente o hospital está aberto a essa hora

Não penso em ti
Somente te sinto
Passando por mim
Como um doce vento



Ajuste Os Controles Para o Coração do Sol



Pouco a pouco a noite dá uma volta
Contando as flores que tremem ao amanhecer
As flores-de-lótus se apoiam umas nas outras desejando
Sobre as colinas a andorinha está descansando
Ajuste os controles do coração do sol

Sobre a montanha, reparando o observador
Rompendo a escuridão
Despertando a videira
Conhecer o amor é conhecer a sombra
O amor é a sombra que amadurece o vinho
Ajuste os controles para o coração do sol

Testemunhe o homem que delira à parede
Fazendo o molde de suas perguntas ao paraíso
Se o sol vai cair à noite
Ele vai se lembrar da lição de dádiva?
Ajuste os controles para o coração do sol






domingo, 21 de outubro de 2012

A Batalha de Sempre (Led Zeppelin The Battle of Evermore)



A Rainha da Luz pegou seu arco
E em seguida virou-se para ir
O Príncipe da Paz abraçou a melancolia
E caminhou sozinho à noite

Oh, dance na escuridão da noite
Cante até o amanhecer
O Senhor das trevas cavalga em vigor esta noite
E o tempo nos contará tudo

Oh, jogue ao chão seu arado e enxada
Não descuidem, tranquem suas casas
Lado a lado nós esperamos o poder
Do mais obscuro de todos

Eu ouço o estrondo dos cavalos
Descer no vale abaixo
Estou esperando pelos anjos de Avalon
Esperando pelo brilho oriental

As maçãs do vale abrigam
As sementes da felicidade
O solo é rico por ser bem tratado
Retribua, não se esqueça, não, não

Dance na escuridão da noite
Cante até o amanhecer
As maçãs se tornam marrons e pretas
A face do tirano é vermelha

Oh, na guerra é comum chorar
Pegue suas espadas e voe
O céu está tomado pelo bem
E mau que os mortais desconhecem

Oh, bem, a noite é longa
As contas do tempo passam lentamente
Olhos cansados no amanhecer
Esperando pelo brilho oriental

A dor da guerra não pode exceder
A aflição da consequência
Os tambores irão balançar as muralhas do castelo
Os espectros do anel percorrem em preto, percorrem

Cante enquanto levanta o teu arco
Atire com mais precisão que antes
Nenhum conforto tem o fogo à noite
Que ilumina a face tão fria

Oh, dance na escuridão da noite
Cante até o amanhecer
As runas mágicas estão escritas em ouro
Para trazer o equilíbrio de volta, trazê-lo de volta

Finalmente o sol está brilhando
As nuvens azuis passam a deslizar
Com as chamas do dragão das trevas
A luz do sol cega os seus olhos



Divertido até a morte... É um milagre...


É Um Milagre
Milagroso você chama isto bebê
Você ainda não viu nada
Eles têm Pepsi no Andes
Mcdonalds no Tibet
O Yosemite foi transformado
Em um campo de golfe para o japas
O Mar Morto está vivo com piparote
Entre o Tigres e o Eufrates
Há um centro de lazer agora
Eles têm todos os tipos de esportes
Eles têm shorts de Ilhas Bermudas
O sexo tido na Pennsylvania
Um brasileiro cultivou uma árvore
Um doutor em Manhattan
Salvou um homem agonizante de graça
É um milagre
Outro milagre
Pela graça de Deus Todo-Poderoso
E pelas pressões do mercado
A raça humana se civilizou
É um milagre
Nós temos um armazém de manteiga
Nós temos oceanos de vinho
Nós temos escassez quando nós precisarmos disto
Temos um designer de crimes
Nós temos Mercedes
Nós temos Porsche
Ferrari e Rolls Royce
Nós temos uma escolha
Ela disse, encontre-me
No Jardim de Getsêmani meu querido
O Deus disse, Pedro eu posso ver
Sua casa daqui
Um homem honesto
Finalmente colheu o que ele havia semeado
E o fazendeiro em Ohio reembolsou há pouco um empréstimo
É um milagre
Outro milagre
Pela graça de Deus Todo-Poderoso
E pelas pressões do mercado
A raça humana se civilizou
É um milagre
Nós nos agachamos em nossos abrigos
Com nossas mãos sobre nossas orelhas
Os materiais terríveis de Lloyd-Webber
Corridas durante anos e anos e anos
Um terremoto atinge o teatro
Mas a opereta demora
Então as tampas de piano descem
E quebram seus dedos do caralho
É um milagre