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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Deep Purple - When a Blind Man Cries





Quando Um Homem Cego Chora

Se você vai embora, feche a porta
Não estou esperando mais ninguém
Escute meu choro, estou caído no chão
Não sei ao certo se estou bêbado ou morto
Sou um cego, sou um cego e meu mundo é pálido
Quando um cego chora, Deus, você sabe que não há nada mais triste

Tive um amigo uma vez em um quarto
Foi bom mas acabou logo
Num mês frio naquele quarto
Encontramos um motivo para as coisas que tínhamos que fazer
Sou um cego, sou um cego, agora meu quarto é frio
Quando um cego chora, Deus, você sabe ele sente na alma

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Anathema - Inner Silence





Silêncio Interior

Quando o silêncio acenar
E o dia se aproximar de seu fim
Quando a luz da sua vida suspirar
E o amor morrer em seus olhos
Somente então eu irei perceber
O que tu significas pra mim

Eu ainda amo você...

Voando



Anathema - Flying

Começada uma busca sem resultados
Tentando encontrar uma luz brilhando por trás do véu
E tudo ao nosso redor, todo lugar
É tudo o que poderíamos dividir se apenas enxergássemos
Acredito que há verdade além de mim
Vida sempre mudando e criando destino

E sinto como se estivesse voando sobre você
Sonho que estou morrendo para encontrar a verdade
Parece que você está tentando me puxar
De volta para a Terra, de volta pra a Terra

Camadas de poeira e passado
Sombras desaparecendo na névoa do que eu não podia dizer
E embora eu tenha dito que minhas mãos estavam atadas
Os tempos mudaram e agora eu vejo que estou livre pela primeira vez
Me sinto tão perto de tudo agora
Estranho como a vida agora faz sentido

E sinto como se estivesse voando sobre você
Sonho que estou morrendo para encontrar a verdade
Parece que você está tentando me puxar para baixo
De volta para a Terra, de volta para a Terra
De volta para a Terra, de volta para a Terra

-Ao Meu Anjo Caído




-Ao Meu Anjo Caído
Quando dreno meu fôlego
E o brilho preenche meus olhos.
Beijo-a, ainda.
Pois ela nunca mais se erguerá

Em meu escasso corpo
Descansa a tua moribunda mão
Através dos prados Celestes.
Onde corremos.

Como um ladrão à noite
O vento sopra tão suave
Isto guerreia com minhas lágrimas.
Que não secarão por muitos anos.

"Dourada seta do amor
Dela deveria ter fugido
E não ao ébano dardo mortal
Abatê-la mortalmente."

Antimatter - Flowers




Eu tive um sonho,bem longe daqui
Bem longe de você,bem longe de toda a dor.
Eram muitos,os tristes bravos escondidos
Voltando para profanar essas memórias novamente.
E você estava lá roubando flores do meu túmulo...
Eu beijei o chão,mas eu mal consigo respirar
E você me feriu no pavimento outra vez
Muitos foram salvos,você pensou que eu estaria molhado por aí...
Mas eu continuo esperando pela chuva

Antimatter "Epitaph"





Pinte para mim um quarto onde eu possa sonhar
Sonhar com um mundo que eu costumava ver
Pinte para mim uma janela,macia e definida
e encha com luz amarela
através das cortinas abertas
É um lugar,escondido
Um retrato,um epitáfio..

Quando a música era realmente música. Quando a música tinha um significado e alma.





Homem de Sorte

Ele tinha cavalos brancos,
E senhoras pela contagem
Todas vestidas em seda
E esperando na porta


Ooh, que homem de sorte ele era,
Ooh, que homem de sorte ele era.

Laço branco e penas,
Elas enfeitavam sua cama
Um colchão coberto de ouro
No qual ele deitava


Ooh, que homem de sorte ele era,
Ooh, que homem de sorte ele era.

Ele foi lutar na guerra
Por seu país e seu rei
Por sua honra e por sua gloria,
As pessoas cantariam


Ooh, que homem de sorte ele era,
Ooh, que homem de sorte ele era.


Uma bala o achou,
Seu sangue correu enquanto ele chorava
Nenhum dinheiro poderia salva-lo,
Então ele se deitou e morreu





domingo, 26 de maio de 2013

Pink Floyd - One Of These Days





Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco, nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duclós e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromper as buscas.



Martha Medeiros

- A distância



 "Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci."

Amado


Meus melhores beijos serão seus ...








Olhe, eu poderia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras coisas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel. O ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia isto e queira-me bem. Perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito a arruda, se lhe não cheira a rosa.
— Machado de Assis.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

YouTube Mix (lista de reprodução) Stand By Me

Ain't no sunshine when he's gone.






Não Há Brilho do Sol

O sol não brilha quando ela vai embora
Não faz calor quando ela está longe
O sol não brilha quando ela vai embora
E ela está sempre tão distante
Quase sempre, ela está partindo

Me pergunto para onde ela foi dessa vez
Me pergunto se ela se foi para sempre
O sol não brilha quando ela vai embora
E essa casa não é um lar
Quase sempre, ela está partindo

E eu sei, eu sei, eu sei...
E eu sei, eu sei, eu sei...
E eu sei, eu sei, eu sei...
E eu sei, eu sei, eu sei...
E eu sei, eu sei, eu sei...

Eu devia deixar essa garota em paz
Mas o sol não brilha quando ela vai embora
O sol não brilha quando ela vai embora
Só há escuridão todos os dias,
O sol não brilha quando ela vai embora
E essa casa não é um lar
Quase sempre, ela está partindo
Quase sempre, ela está partindo
Quase sempre, ela está partindo
Quase sempre, ela está partindo
Quase sempre, ela está partindo

sábado, 18 de maio de 2013

"Eu e Tu somos uma coisa só. Não posso te maltratar sem me ferir."




"Onde está a felicidade? No amor, ou na indiferença? Na obediência, ou no poder? No orgulho, ou na humildade? Na investigação, ou na fé? Na celebridade, ou no esquecimento? Na nudez, ou na prosperidade? Na ambição, ou no sacrifício? A meu ver, a felicidade está na doçura do bem, distribuído sem ideia de remuneração. Ou, por outra, sob uma fórmula mais precisa, a nossa felicidade consiste no sentimento da felicidade alheia, generosamente criada por um ato nosso."

"Vem que eu te quero fraco, vem que eu te quero tolo, vem que eu te quero todo meu."

A Cor do Desejo






A tua boca anda oca
Da minha língua
da minha língua
A minha língua anda à míngua
Sem tua boca
sem tua boca

Exatos são os teus olhos que invadem
E me revelam teu coração
Exata é a cor do teu deserto
A dor do teu deserto
Exatos são teus beijos que me acertam
E a ti revelam meu coração
Exata é a cor do teu desejo
A dor do teu desejo

quinta-feira, 16 de maio de 2013





Por favor ...



“Eu amo você e não sei expressar isso de uma outra forma que não soe como a fala de protagonistas no último capítulo de uma novela ruim.”

"Não é possível"






Eu vou lutar contra eles
Um exército de 7 Nações
Não poderia me impedir
Eles o farão na marra
Ocupando seu tempo nas minhas costas
E eu estou falando comigo de noite
Porque eu não posso esquecer
Vai e volta pela minha cabeça
Atrás de um cigarro

E a mensagem vindo de meus olhos
Diz deixe para lá

Não quero ouvir sobre isso
Cada um tem uma história para contar
Todos sabem disso
Desde Rainha da Inglaterra até os cães do inferno
E se eu pegar isso vindo no meu caminho
Irei servir para você
E não é isso que você quer ouvir,
Mas é o que farei

E o sentimento vindo dos meus ossos
Diz encontre um lar

Estou indo para Wichita
Longe dessa ópera para sempre
Estou indo carpir a palha
Fazendo o suor pingar de cada poro
E estou sangrando, e estou sangrando, e estou sangrando
Bem atrás do Senhor
Todas as palavras sangrarão de mim
E não irei mais pensar

E as manchas vindas do meu sangue
Me dizem para voltar para casa


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Você sabe que ela foi uma dançarina E se mexia melhor com vinho...




Rainha do Mississippi, se você sabe o que eu quero dizer
Rainha do Mississippi, ela me ensinou tudo
Andando em Vicksburg, andando em Louisiana
Viveu uma senhorita de Lousiana*, a bordo a Rainha do Mississippi
Você sabe que ela foi uma dançarina
E se mexia melhor com vinho

Enquanto o resto dos caras estavam tendo sua diversão
Cara, peço licença a você, eu estava tendo a minha

Rainha do Mississippi, se você sabe o que eu quero dizer
Rainha do Mississippi, ela me ensinou tudo
Essa senhora me perguntou se eu seria seu homem
Você sabe o que eu disse a ela, eu faria o possível
Para mante-la com uma boa aparência
Compre seus vestidos que brilham

Enquanto a maioria dos caras estavam preparando seus "pães"
Cara, peço licença a você, eu estava perdendo o meu!





"Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim."

"Ausencia" - Carlos Drummond de Andrade


***


“Nunca me senti só. Durante um tempo fiquei numa casa, deprimido, com vontade de me suicidar, mas nunca pensei que uma pessoa podia entrar na casa e curar-me. Nem várias pessoas. A solidão não é coisa que me incomoda porque sempre tive esse terrível desejo de estar só. Sinto solidão quando estou numa festa ou num estádio cheio de gente. Cito uma frase de Ibsen: ‘Os homens mais fortes são os mais solitários’. Viu como pensa a maioria: ‘Pessoal, é noite de sexta, o que vamos fazer? Ficar aqui sentados?’. Eu respondo sim porque não tem nada lá fora. É estupidez. Gente estúpida misturada com gente estúpida. Que se estupidifiquem eles, entre eles. Nunca tive a ansiedade de cair na noite. Me escondia nos bares porque não queria me ocultar em fábricas. Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.”
- Charles Bukowski.




domingo, 12 de maio de 2013

Trocando em Miúdos - Chico Buarque


Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim ?
O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde



sexta-feira, 10 de maio de 2013


Franca Dualidade


Durante várias noites foi possível ver uma luz acesa na casa, usando meu ponto de vista, aposto que era ele acordado. Percebi com o tempo que não tinha um cômodo favorito, poderia ser a sala, a cozinha, o quarto, mas sempre com a luz acesa. Nas manhãs, sempre a mesma rotina, o cheiro do café, o tilintar dos copos se batendo enquanto ele lava a louça e o cheiro de arroz queimando. Engraçado como ele sempre teve esse defeito e eu sempre sorria, pois era parecido comigo. Sempre fomos bem parecidos e conseguíamos manter conversas por horas, mesmo quando  ficávamos calados.

Mais acaba, simples assim. O cansaço vence, o desejo do desejo vence, a mesmice perde, o amor, se ele existe, perde. Afinal, como ele poderia ter tanta certeza de que eu o pertencia e eu certeza que pertencia a ele, mesmo sabendo que existem tantas pessoas no munto que poderiam ser mais ideais pra essa situação? Pessoas que não precisam ser idealizadas.

No final não havia cômodo favorito, mas havia uma rotina, o caminho era banheiro, sala, cozinha, quarto e nessa mesma ordem as luzes foram se apagando.

***

Odeio essa rotina de luzes acesas em cômodos. Odeio saber que mesmo com tantas pessoas no mundo, ele encontrou alguém ideal e esse não sou eu. O cheiro do café quase queimado, o irritante tilintar de copos, a barba que raspa em  meu rosto, o desespero do arroz queimado, já foi engraçado, mas foi-se o tempo. Francamente, odeio apagar as luzes e continuar acordado.

***


"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo, um carinho no momento preciso , o folhear de um livro de poemas, o cheiro que tinha um dia o próprio vento..." 
- Mario Quintana 

Razão...♥




Eles são o nó no meu cabelo.
O esmalte descascado na minha unha,
as olheiras no meu rosto.
... Eles são o brinquedo na gaveta de roupas,
o amassado nas páginas do meu livro,
... o rasgado no meu caderno de anotações.
Eles são o melado no controle remoto,
o canal de televisão,
o filme no DVD.
Eles são o farelo no sofá,
As tesouras no alto.
Eles são o backup no computador,
o mouse escondido,
as cadeiras longe da janela.
Eles são a marca de mão nos móveis,
o embaçado nos vidros,
o desfiado nos tecidos.
Eles são o ventilador desligado,
a porta do banheiro fechada,
a gaveta da cômoda aberta.
Eles são o coque na minha cabeça,
o amarrotado nas roupas,
as frutas fora da fruteira,
os panos de prato amarrando os armários.
Eles são o meu shampoo cheio de água,
a espuma no chão do banheiro,
o brinquedo dentro da privada.
Eles são o interruptor nas tomadas.
Eles são o peixe no aquário,
a árvore de natal,
os "pisca-pisca" de todas as casas.
Eles são o círculo, o susto....
A primeira visão da lua no começo da noite....

O valor do trabalho, a vontade de aprender,
a minha força,
a minha fraqueza,
a minha riqueza.
Eles são o aperto no meu peito diante de uma escada,
a ausência de sono diante de uma febre.
Eles são o meu impulso, o meu reflexo, a minha velocidade.
O cheirinho no meu travesseiro,
o barulho,
a metade,
o azul.
Eles são o vazio triste no silêncio de dormir,
o meu sono leve durante a noite.
Eles são o meu ouvido aguçado enquanto durmo.
A minha pressa de levantar da cama,
a minha espera de bom dia.
Eles são o arrepio quando me chama,
a paz quando me abraça,
a emoção quando me olha.
Eles são meu cuidado, a minha fé,
o meu interesse pela vida,
a minha admiração pelas crianças,
o meu respeito pelas pessoas,
o meu amor por Deus.
Eles são meu ontem,
o meu hoje,
o meu amanhã.
Eles são a vontade,
a inspiração,
a poesia.
A lição, o dever.
Eles são a presença, a surpresa
a esperança.

A minha dedicação.
A minha oração.
A minha gratidão.
O meu amor mais puro e bonito.
A minha vida !



E Eu???
Ahhh... EU sou Nada sem vocês ♥

Paula Castro 10/05/2013

Sexta : cama, endredom e Marisa...


Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...

Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois que eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois, depois
Que eu me encontrar
Quando eu me encontrar
Depois, depois
Depois que eu me encontrar...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

“Mas você vai lembrar, quando deitar a cabeça no travesseiro e perceber que não me encontro mais sobre seus braços, sobre seu peito, ou até mesmo vestindo para dormir, você vai lembrar todos os dias quando acordar e não ouvir o som do chuveiro ligado, ou das tardes de domingo entediantes rindo de programas chatos que passava na tv, você vai lembrar daquele abraço que te confortava, daquele beijo que tinha sabor de quero mais e que você demorava pra me soltar, você vai se lembrar de tanta coisa, mas jamais vai esquecer do dia em que você me perdeu.”





Um dia cheguei a pensar que te amava. Depois passei a refletir e percebi que era tolice.
Cheguei a escrever milhares de vezes seu nome nos cantos das folhas de meus cadernos, de abrir e reabrir mil vezes suas fotos para não esquecer um só detalhe de suas feições, sua boca, olhar seus olhos e imaginar se naquele momento você poderia estar pensando em mim, ou até mesmo em nós.
Não sinto que estou me iludindo, não dessa vez, não sei como, mas controlo meus sentimentos em relação a você. Sinto falta as vezes, mais logo procuro algo que me ocupe e me faça esquecer, posso ficar sem sua presença, não que eu não a queira, mas aprendi a não me apegar tanto há ela. Estou que nem um vampiro, consigo me desligar da parte humana que há as minhas decepções, o sofrimento, do amor... Você é minha parte humana, que aprendi a desligar ela a hora que eu bem entender.







A vida é desafio!


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.




A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Por enquanto eu prefiro apenas observar, quieta, as atitudes alheias. Se preciso for, por que não cortar o mal pela raiz? Tanto faz um copo ou uma gota, o que for veneno não deixará de sê-lo. 



"E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida."
MACHADO DE ASSIS



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Sabe-se lá... quem menos corre, voa..!


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas. Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta, devido à falta de tempo,pois a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."

Mario Quintana

David Gilmour - You know I'm right




Você pode gritar e espernear com todas as suas forças
Fincar o pé no chão firmemente
Ou você está errada ou eu estou certo

Você repete as falas que ouviu por cima
O toque da verdade em todas as palavras
Você sabe que está certa e isso é um absurdo

Realmente parece que nós temos um problema
Mas ou é você ou sou eu
O que quer que seja que esteja passando pela minha cabeça
Você sempre tem que discordar
É apenas uma questão de opiniões
Não é um simples fato
Por que você não tenta ver o outro lado?
Não dê as costas

Agora nós examinamos esse campo de batalha silencioso
Recriminações por todos os lados
E mesmo assim nenhum compromisso é encontrado

Agora nós realmente temos um problema
E ele não sumirá simplesmente
E todos os amigos que pensÁvamos que podÍamos confiar
Apenas querem sussurrar em meus ouvidos

"É apenas uma questão de opiniões
Você sabe que mantem ambas à vista
Por que você deveria se importar com o outro lado
Quando você sabe que o seu é que está certo?

Jogue-se...ouça comigo... onde quer que esteja!




O Sinal da Cruz do Sul

Se não há luz onde ninguém enxerga
Então como eu posso saber no que você pode acreditar?

Uma história contada que não pode ser verdadeira
De algum modo pode refletir a verdade que nós sentimos

Desapareça, desapareça
Desapareça aos poucos
Desapareça, desapareça
Quebre a bola de cristal

É o sinal, parece como o tempo

Num mundo pequeno, oeste da maravilha
Em algum lugar, em nenhum lugar, em todo lugar
Há um arco-íris que brilhará
Quando o verão passar
Se um eco não responder quando ouvir uma certa canção
Então a besta estará livre para vagar, mas nunca será vista por aí

E é o sinal da cruz do sul
É o sinal da cruz do sul, tudo bem!

Velejemos para longe, hoje!

Do livro é dito a palavra
Murmurando os salmos esquecidos
Os jovens se reúnem todos em volta
Eles nos farão fortes

Alcançar seus sonhos de prazer
Dê uma faca para aqueles que morreram
Olhe além do seu próprio horizonte
Navegue no navio dos suspiros

E é o sinal da cruz do sul
É o sinal da cruz do sul

Desapareça, desapareça
Quebre a bola de cristal
Desapareça, desapareça
Eu não posso aceitar isso... mais

Num mundo real, oeste da maravilha
Em algum lugar, em nenhum lugar, todo lugar
Há um arco-íris, veja-o brilhar
Quando o verão passar

Do livro é dito a palavra
Murmurando os salmos esquecidos
Os jovens se reúnem todos em volta
Eles nos farão fortes

É o sinal da cruz do sul
É o sinal da cruz do sul

Não viva por prazer
Faça da vida seu tesouro
Desapareça !

Oito milhas de altura, prestes a cair
E ninguém lá pra te pegar
Procure o sinal...o tempo...
O sinal da cruz do sul

Jogue-se

sábado, 4 de maio de 2013

"Que te devolvam a alma homem do nosso tempo. Pede isso a Deus ou às coisas que acreditas: à terra, às águas, à noite desmedida. Uiva se quiseres, ao teu próprio ventre se é ele quem comanda a tua vida, não importa... Pede à mulher, àquela que foi noiva, à que se fez amiga. Abre a tua boca, ulula, pede à chuva. Ruge como se tivesses no peito uma enorme ferida, escancara a tua boca, regouga: A ALMA. A ALMA DE VOLTA." Hilda Hilst



Dentre as coisas todas que vagam por detrás dos muros enfeitados com as caras tuas, relevam os espelhos das esperas minhas.. Quanto há de extrafísico nesse longo trajeto do estar... procuro as retumbâncias e alcances dos profundos, fortes alcazáres.



quinta-feira, 2 de maio de 2013

Poema - Cazuza


Poema


Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Lenine - Paciência Acústico


Escrevo. E pronto.


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Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu,
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Razão de ser, Paulo Leminski