Eu sou o que há de outros em mim. Restos de choro e riso, de calor e envergadura, de água e cachaça, de limão e creme dental, de açúcar e carvão. Fragmentos de outros corpos, outros sonhos, outros pecados, outras angústias, outras descobertas. Remendos de tentativas inúteis e triunfais, de fracassos que deram certo, de amanhãs mil vezes recomeçados, de acalantos só, de ventre vazio, de perdidos encontros. Como uma colcha de fuxicos, eu sou o colorido de outros seres cerzido com o arame de amores nem sempre sãos, nunca de todo débeis. Frações de histórias vermelhas, azulejos trincados, músicas de ninar, cerveja barata, roupa suja lavada na rua, sussurros floridos. Amores de construção. Pedaços de vaidade, exibicionismo, pudor, compaixão, sordidez, desvelo, veneração, de medo e rouquidão. Conceitos arruinados, raivas partidas, virtudes desmanteladas, carinhos oferecidos, gargalhadas compartilhadas. Amores de unificação. Essa dureza que vês, cabe na palma de tua mão, por que eu sou o que há de outros em mim. E se não fosse assim, não seria EU.
Wintersong - Sarah McLachlan
Canção de Inverno
O lago está coberto de gelo
As árvores estão brancas de neve
E tudo em volta me lembra você
Por todo lugar que eu vou
Está tarde e as manhãs estão sem pressa
Mas dormir não me deixará livre
Eu finjo acordar e tento lembrar
Como você se sentiu ao meu lado
Quando o silêncio fica difícil de suportar
E a noite é muito longa
E é assim que te vejo
Na neve em uma manhã de Natal
Amor e felicidade te envolvem
Como se você levantasse seus braços para o céu
Eu guardo este momento na lembrança
Sinto saudade de você agora,
meu amor
Feliz Natal, feliz Natal, Feliz Natal, meu amor
Sentimento de alegria preenche o ar
E eu sonho acordado olhando fixo
Para as árvores e eu vejo
Que sua estrela está lá
E é assim que te vejo
Na neve em uma manhã de Natal
Amor e felicidade te envolvem
Como se você levantasse seus braços para o céu
Eu guardo este momento na lembrança
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