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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Ainda falta saber...




O segundo exato em que caímos no sono
Pintar a borda do papel sem sair dele
A cadência da respiração que fez amar ou esquecer alguém
O primeiro pensamento pós-cesariana
Por que é preciso um rabo abanando para parecer sincera
Quem escolheu contar os carneirinhos
Como mapearam o firmamento com caminhos
As condenações religiosas que proíbem tocar uma mulher
As soluções instantâneas que sugerem passar urina nos cabelos
Por que ainda não inventaram uma injeção de pigmentos
Por que os orientais não pronunciam o erre
e tem problemas com os erros

Definir o incêndio mais coerente:
entre as folhas verdes dos bosques
e as folhas verdes dos cofres
Por que é a natureza da noite que determina
que a casa é convidativa
e a rua está a perigo
Por que usar
o linguajar infantil para animais
o idiotizado para crianças
o rebuscado para papéis
o visual para tudo mais
Por que a assimetria de alguma parte do corpo
incomoda mais que a outra
Que influência tem o medo da solidão
O que tem de mais a Mona Lisa

Se as salas de espera atrofiam o cérebro
de quem espera
de quem faz esperar
de quem media tudo isso por telefone...

Manter as mãos e os pés aquecidos em sintonia
Ler jornais completos ao longo da vida sem esquecer as cores do céu
Se os cachorros perderiam a ingenuidade com o privilégio das cores
Equilibrar-me sobre
duas rodas
dois patins
dois amores

Equilibrar-me

_______
SALA DE ESPERA, Julia Bolliger.

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