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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mercedes Sosa - La Maza




O Cetro
Se não acreditasse na loucura
Da garganta do rouxinol,
Se não acreditasse que no monte
Se esconde o trigo e o pavor...

Se não acreditasse na balança,
Na razão de equilíbrio,
Se não acreditasse no delírio,
Se não acreditasse na esperança ...

Se não acreditasse no que agencio ,
Se não acreditasse em meu caminho,
Se não acreditasse em meu som,
Se não acreditasse em meu silêncio ...

Que coisa fora, que coisa fora o cetro sem pedraria?
Uma confusão feita de cabos e tendões,
Uma mistura de carne com madeira,
Um instrumento sem melhores pretensões
De luzinhas montadas para a cena ...
Que coisa fora, coração, que coisa fora?
O que mais foi o centro sem pedreira?
Um testa-de-ferro do traidor dos aplausos,
Um servidor do passado em taça nova
Um eternizador de deuses do ocaso,
Júbilo fervido com trapo e lantejoula. . .
Que coisa fora, coração, que coisa fora?
Que coisa fora o cetro sem pedraria?
Que coisa fora, coração, que coisa fora?
Que coisa fora o cetro sem pedraria?

Se não acreditasse no mais duro
Se não acreditasse no desejo
Se não acreditasse no que creio,
Se não acreditasse em algo puro ...

Se não acreditasse em cada ferida,
Se não acreditasse no que ronda,
Se não acreditasse no que esconde
Fazer-se irmão da vida ...

Se não acreditasse em quem me escuta
Se não acreditasse no que dói,
Se não acreditasse no que resta,
Se não acreditasse em sua luta ...

Que coisa fora, que coisa fora o cetro sem pedraria?
Uma confusão feita de cabos e tendões,
Uma mistura de carne com madeira,
Um instrumento sem melhores pretensões De luzinhas montadas para a cena ...
Que coisa fora, coração, que coisa fora?
Que coisa fora o cetro sem pedraria?

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