...invisível para expectativas.
Maldita água sanitária.
Desbotara a roupa mais querida do meu armário. Colorida, nostálgica, rotineira, para o dia e para a noite, sempre cheirosa e sempre em acalantos e carinhos. Quão especial essa roupa fora, um dia! Deu-me tantas alegrias, tantos frutos... Ouço suspiros e digo: lamento, esta roupa já não me serve mais... além do quê, está apertada para o futuro. Mas lamentavelmente não tenho coragem de me desapegar – a guardo sem coragem de admitir... A guardo fingindo ser nova, pronta para qualquer ocasião. Ainda a visto, mas ela não me deixa mais como antes. É até engraçado dizer que o carinho por ela não mudou... Mas ela desbotara. Se eu encontrasse um corante da cor dela... Ficaria como novinha. Mas ainda não achei. Ela desbotara. Sinto-me nua...
O tempo muda, e com ele todas as coisas vividas. Ain’t no sunshine when she’s gone...
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