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sábado, 29 de setembro de 2012

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Tão Banal Quanto Eu

O que segue não é um conto ou uma grande história, mas, confissões – se assim se pode chamar. Confissões de um cansaço da alma, desse jogo de falsas promessas e “Eu te amo” sem sentido, onde até mesmo meu mais simples “bom dia” tem mais sentimento que as palavras que dizes em vão.

“Te amo”, quando dizes, tem tão pouca força que se torna banal, comum. “Te amo's” populares, como meros reflexos da indústria cultural e anseios comerciais, que em nada têm haver com outras pessoas. “Amo a televisão”, “amo o MacDonalds”, amo, amo, amo. São tantos, proferidos a toda hora, que perdem o sentido. Perdem o próprio amor. Amor esse, que a própria palavra – ou quem a diz – quiçá ousa ter.

Por isso, quando me dizes, não acredito. E não acredito, não por não querer acreditar. Duvido mais pelo conhecimento empírico do que pelo próprio querer ou simples vontade. Me amas agora, da boca pra fora, não de fato. Em cinco minutos me esqueces, e com a mesma alegria dizes à outro, outra vez, “te amo”.

Segues de falsos em falsos amores, que duram não mais que o próprio ecoar dos “te amo” ditos. Dias, horas, minutos. Às vezes, tão pouco, que acabam no exato momento que pronunciados.

Dizes não como certeza, mas como argumento. E repete uma, duas, mil vezes na ânsia de convencer-se. Porém, indubitavelmente, tudo acaba.

No outro dia – e gostaria que tal prazo fosse exagerado – amas um próximo. Mas não com a mesma intensidade. Amas mais, ou ao menos, assim dizes.

Grita aos quatro cantos, aos ventos, à quem quiser ouvir, dez mil vezes “eu te amo”. Sem saber que bastaria apenas uma. Sussurrada, quando talvez nem mesmo o próprio objeto amado ouvisse. Não mais um grito exibicionista ou anseio fútil, mal acostumado e sem sentido. Desta vez, um quase involuntário soluço d’alma que, mesmo contra a vontade, deixa-se escapar e revela o que há tempos se via em cada sorriso ou olhar discreto. Este sim, mesmo sussurrado, ecoaria ao longe e duraria tanto tempo quanto a própria alma que, inocente, ousara dizê-lo.

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